Este relógio era pertença da minha Avó Angélica do Carmo Coelho, pessoa nascida na freguesia da Guia. Ela viveu até aos cem anos, tenho presente na memória, a festa que toda a família lhe proporcionou, e que na altura ao atingir esta bonita idade, foi muito falada na freguesia, já que se tratava da pessoa mais antiga na freguesia.
Voltando ao relógio de cavalinho, havia na família uma pessoa bastante interessada nesta preciosidade, mas entre o neto e a avó, havia uma grande cumplicidade, pois em criança sempre fui muito chegado a este familiar, e semanalmente era sempre eu que tratava de dar corda a este relógio, para estar sempre funcional no batimento das horas, que lhe cortava as unhas e que no final do trabalho, ganhava cinco escudos.
Hoje este peça que considero bonita, continua com bom aspecto, mantendo a sua obrigação diária de cumprir para informar, já que foi feito para ajudar as pessoas no tempo , horas e minutos, com o seu carrilhão com batidas bem sintonizadas, com sons agudos e estridentes.
Antigamente creio que havia mais interesse em manter vivas algumas heranças legadas pelos nossos familiares. O que era velho e bonito, estava sempre protegido, hoje e dadas as condições em que vivemos, este hábito vai-se perdendo aos poucos. Para se manter certas peças antigas, temos que fazer por vezes a manutenção, já que a degradação e muito grande. Esta preciosidade tem mais de
150 anos.Temos de aprender a gostar de tudo o que é antigo.
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